2.E em Jesus Cristo, o seu único Filho, o nosso Senhor;
SENHORIO
DE CRISTO
Paul
Washer
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe
deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2.9-11)
Fazendo-o sentar à sua direita nos lugares
celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no
vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas
as coisas, o deu à igreja. (Efésios 1.20-22)
A ascensão de Jesus Cristo não
apenas garante que a igreja tem um mediador, mas também que o universo tem um
Senhor e Juiz. O salmo 24 se refere a um Cristo assunto como Rei da Glória a
quem até mesmo os portões do céu se sujeitam.[1] Visto que ele é soberano sobre
à mais alta esfera da criação, podemos assumir que ele também reina sobre cada
esfera menor, e que até mesmo os próprios portões do inferno se sujeitam a
ele.[2]
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A ascensão e exaltação de Cristo
como Senhor não deve ser tratada como uma doutrina menor a ser apontada no
final de um longo sermão sobre a cruz, nem deveria ser minimizada a fim de
evitar ofender uma cultura que tem dificuldade de encaixar um rei soberano em
sua cosmovisão. Ao invés disso, ela deveria receber seu lugar entre as mais
essenciais e proeminentes doutrinas do evangelho. Junto com a ressurreição, a
exaltação de Cristo à destra do pai foi um tema proeminente na proclamação dos
apóstolos e na igreja primitiva. Portanto, também deveria ser um tema
proeminente no evangelho que pregamos hoje. Devemos pregar a Cristo como o
Salvador que chama os cansados e oprimidos para virem a ele sem reservas.[4]
Devemos pregar a Cristo como Senhor, aquele que exige submissão das nações e
governa sobre elas com um cetro de ferro![5] Embora pudéssemos encher volumes
inteiros com o tema do senhorio de Cristo, tentaremos abordar algumas verdades
relacionadas a essa doutrina que possui a capacidade de nos ajudar grandemente
em nosso entendimento e em nossa proclamação do evangelho
.
O fundamento do senhorio de
Cristo
A primeira questão para examinar
é: “Qual é a base, ou fundamento, do senhorio de Cristo? De quem ou através de
quem sua nomeação veio?” De acordo com as Escrituras, é por seu divino decreto.
No dia do Pentecostes, Pedro declarou que foi Deus que fez desse Jesus que foi
crucificado tanto Senhor quanto Cristo.[6] Em outras palavras, o mesmo Deus que
disse a ele: “Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque”,
também o nomeou Senhor e Soberano de tudo.[7]
Em suas últimas palavras para
seus discípulos, Cristo declarou: “Todo poder me foi dado no céu e na
terra”.[8] A partir disso, nós entendemos que seu título como Soberano absoluto
não era algo que ele tomou para si mesmo, mas que o Deus Pai havia conferido a
ele.
Davi, escrevendo sob inspiração do Espírito,
profetizou esta verdade: “Disse o SENHOR ao meu senhor: ‘Assenta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés’”.[9] Em seu
confronto com os fariseus e os saduceus, Jesus citou esse texto para demonstrar
que o Messias seria mais do que um homem e que sua soberania se estenderia
muito além da esfera terrestre.[10] De acordo com as Escrituras, Deus havia
concedido que Davi fosse o mais proeminente e poderoso dos reis de Israel, e
ainda assim Davi, no Espírito, se referiu a seu futuro Filho messiânico como
seu Senhor, que sentaria à própria destra de Deus. O apóstolo Paulo confirmou o
cumprimento dessa profecia em muitas de suas epístolas. Ele escreveu à igreja
em Filipos que Deus havia exaltado grandemente a Jesus e lhe dado “o nome que é
sobre todo nome”.[11] Para a igreja em Éfeso, ele explicou que Deus havia
assentado Jesus à sua destra, muito acima de todo governo, autoridade, poder e
domínio.[12]
É importante notar que cada texto que temos citado
apresenta a concessão de autoridade vinda do Pai para o Filho como um evento
cumprido. Embora a vindicação universal de Cristo e a confissão de seu senhorio
seja um evento ainda no futuro, ainda assim é uma realidade presente, uma
absoluta certeza da qual todos os homens devem ser feitos cientes e na qual seu
povo deve confiar. Por virtude de quem ele é como uma recompensa por o que ele
cumpriu, Jesus Cristo recebeu do Pai toda autoridade em cada esfera da criação.
Os judeus queriam levar Jesus à força e torná-lo rei sobre Israel.[13] Satanás
ofereceu a ele todos os reinos deste mundo se ele apenas se prostrasse e o
adorasse.[14] Contudo, Cristo venceu todas essas tentações e se devotou em
serviço do único que realmente possuía o poder para conceder tal autoridade.
Por esta razão, ele foi grandemente exaltado pelo Pai. O apóstolo Paulo explica
isso da seguinte maneira:
E sendo reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus
Pai.
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