John Piper é um dos ministros e autores cristãos
mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e
mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério
pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.
Meditação em 1 Coríntios 11.29-32
Viver para Cristo é bastante
árduo. No entanto, morrer para Cristo é também muito difícil. Precisamos de
toda ajuda que pudermos obter. É uma questão de fé. Confiaremos nEle até ao
fim? Descansaremos em sua graça ou entraremos em pânico, imaginando que somos destinados
ao inferno? Saberemos lidar com o medo de que o nosso morrer é um castigo e o
prelúdio de algo pior? Oh! quantas dúvidas plantadas pelo diabo! Temos de
aprender como repeli-lo com a espada do Espírito, a Palavra de Deus. Esta é
outra parte de nossa defesa.
Suponhamos que pecamos realmente
de um modo negligente e que desagradamos a Deus. Suponhamos também que sejamos
"disciplinados" e "julgados" pelo Senhor, por consequência
desse pecado, e que Ele nos envie uma doença. Cuidado! Eu não estou dizendo que
sejamos "punidos" no sentido de sofrermos a penalidade do
pecado. Cristo suportou a penalidade de todos os nossos pecados, na cruz:
"Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados,
para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas,
fostes sarados" (1 Pedro 2.24). Porém, usei a palavra "disciplinados"
no sentido de repreensão, correção, purificação e preservação de pecados
piores. "O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem
recebe" (Hebreus 12.6).
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Mas, o que você diz sobre a
morte? Deus nos removeria por meio da morte como parte de sua disciplina? O
apóstolo Paulo afirmou que, às vezes, Deus faz isso. Ao lidar com os pecados
cometidos na Ceia do Senhor, Paulo escreveu:
Quem come e bebe sem discernir o
corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos
fracos e doentes e não poucos que dormem [ou seja, que morreram].
Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando
julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com
o mundo" (1 Coríntios 11.29-32).
Em outras palavras, ficar doente,
fraco e, até, morrer são formas de disciplinas do Senhor. O objetivo não é a
condenação. Isso aconteceu na cruz. Para nós, não há "nenhuma condenação"
(Romanos 8.1). O objetivo é "não sermos condenados com o mundo" (1
Coríntios 11.32). Em outras palavras, a morte é, às vezes, um livramento
disciplinar que visa salvar-nos da condenação. "Há entre vós... não poucos
que dormem [ou seja, que morreram]... para não sermos condenados com o
mundo."
É claro que essa não é a razão de
todas as mortes dos preciosos santos de Deus. Não conclua imediatamente
que sua doença ou a sua morte se deve a uma trajetória de pecado, da qual você
tem de ser libertado. Mas suponha que isso pode ser o que está acontecendo.
Isto é encorajador? Pensar nisto
o ajudará a morrer mais tranquilo, com mais fé e esperança? Minha resposta é
que todo o ensino da Bíblia tem como alvo ajudá-lo a morrer, bem como
ser um encorajamento para a fé, à luz da verdade (Romanos 15.4).
Então, como esta verdade nos fortalece, para que
tenhamos uma morte cheia de esperança? Talvez assim. O pensamento de que somos
pecadores não é uma grande ameaça à nossa paz? O pensamento de que Deus é
soberano e de que Ele poderia remover a doença, se quisesse, não nos ameaça com
sentimentos de temor, quando sabemos que, se a doença permanece, Ele deve estar
agindo contra nós? E como lidaremos com esses temores, quando sabemos que somos
realmente pecadores e que a corrupção ainda permanece em nós? Nesses momentos,
buscamos algum encorajamento na Bíblia mostrando-nos que Deus está disposto a
salvar crentes que pecaram e são muito imperfeitos.
No entanto, sabemos que Deus é
santo e odeia o pecado, até o pecado cometido por seus filhos. Também sabemos
que Ele disciplina seus filhos fazendo-os passar por experiências dolorosas
(Hebreus 12.11). Não somos daqueles que afirmam que Deus não tem qualquer
relação com as experiências dolorosas da vida. Por isso, buscamos ajuda e esperança
na Palavra de Deus, a qual é completamente realista. E achamos em 1 Coríntios
11.32 que a morte dos santos — a morte que é disciplina e julgamento — não é
condenação, e sim salvação. Deus está tirando a vida do crente que está em
pecado, porque o ama tanto que não permitirá que ele continue no pecado.
Isto é um poderoso encorajamento.
Não é fácil de entendermos, nem é ensinado frequentemente. Mas é uma rocha
firme. O que isto diz a todos nós é o seguinte: não precisamos estar certos de
que o tempo de nossa morte se deve ao nosso pecado, ou à crueldade de Satanás
(Apocalipse 2.10), ou a outros propósitos de Deus. O que precisamos realmente é
a profunda segurança de que, se a nossa morte resultar de nossa tolice e
pecado, podemos descansar tranquilamente no amor de Deus. Nesses momentos,
estas palavras serão extremamente preciosas: "Somos disciplinados pelo
Senhor, para não sermos condenados com o mundo". Deste modo,
aprendemos a morrer tranquilos.
Fonte: Extraído do livro: Provai e Vede -
2008 - Editora Fiel (páginas 44-46).
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir
esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que
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