David Martyn Lloyd-Jones (20 de dezembro de 1899 - 1 de Março de 1981) foi um
teólogo protestante
na linha calvinista
de origem galesa que foi influente na ala reformada do movimento evangélico britânico no
século 20. Por quase 30 anos, ele era o ministro da Capela de Westminster, em Londres.
Lloyd-Jones era um forte opositor da teologia
liberal que se tornou uma parte de muitas denominações cristãs,
considerando-a como uma aberranção. Ele discordou da abordagem ampla da Igreja
e incentivou os cristãos evangélicos (especialmente anglicanos) para deixar
suas denominações existentes, considerando que a comunhão cristã verdadeira só
foi possível entre aqueles que partilharam convicções comuns sobre a natureza
da fé.
Depois de deixar a
medicina em 1927, ele se tornou o ministro de uma Igreja
Presbiteriana em Aberavon, no sul de Gales, é considerado um dos maiores
pregadores protestantes do século XX.
ENTRE E VEJA O ARTIGO
EQUILÍBRIO
O
apóstolo já nos tem exortado nesta Epístola aos Efésios acerca do que ele chama
"parvoíces e chocarrices". Não devemos ser pomposos, não devemos
apresentar-nos com excessiva seriedade, mas isso é muito diferente do erro das
"parvoíces e chocarrices". Muitas vezes fico surpreso por ouvir
cristãos cedendo a essas "parvoíces e chocarrices". Verifiquemos que
não estamos produzindo uma atmosfera nociva com esse tipo de coisa. Essa
espécie de conversa pertence ao mundo, não a nós. Isso é a instrução das
Escrituras.
O mundanismo, naturalmente, tem muitas formas, e há
perigos específicos. O apóstolo adverte Timóteo, na Primeira Epístola, capítulo
6, versículo 9: "Os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em
muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e
ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas". Paulo aí condena o
amor ao dinheiro. O dinheiro como tal não é mau, se o homem o usa
apropriadamente, como despenseiro do Senhor Jesus Cristo. Contudo, no momento
em que o homem começa a amar o dinheiro, entra o pecado. Tenho bastante idade
para poder dizer que tenho visto muita gente boa sair-se mal nesse ponto. Uma
vez que acontece isso, a temperatura espiritual sempre abaixa, e ocorre uma
rápida perda de vigor espiritual. Conheci homens que foram convertidos de uma
vida muito pecaminosa, e que, por causa da sua conversão, começaram a dar
atenção ao seu trabalho, progrediram e tiveram sucesso; e tive a infeliz
experiência de ver alguns deles caírem na armadilha de que estamos falando.
Antes, jogavam fora o seu dinheiro; agora, começaram a amá-lo. Ambos os
extremos são maus.
Outra causa da perda de vigor e energia espiritual,
e de deixar de ser "forte no Senhor e na força do seu poder", é a
enervante atmosfera da respeitabilidade. É um perigo muito comum na Igreja. Às
vezes me pergunto se não é a maior maldição na hora presente. Pelo menos, as
estatísticas provam claramente que, por uma razão ou outra, o cristianis¬mo
atual não está sensibilizando as classes trabalhadoras deste país. Será, às
vezes me pergunto, porque estamos dando a impressão de que o cristianismo é só
para as respeitáveis classes médias? Examinemo-nos a nós mesmos sobre isso.
Tememos a manifestação do Espírito? Pesa sobre nós a culpa de apagar o
Espírito? Tememos a vida, o vigor e o poder? Quantas vezes vi homens que
começaram com fogo se tornarem cristãos simplesmente respeitáveis, finos -
inúteis, sem nenhuma energia, sem nenhum vigor, sem nenhum poder!
Permitam-me ilustrar isso outra vez com fatos da
esfera do ministério. Conheci homens que entraram no ministério e que sem
dúvida eram homens chamados por Deus, cheios de paixão pelas almas e revestidos
de poder na pregação. Vi-os terminarem apenas como bons pastores, bons
visitadores. Visitar faz parte do ministério pastoral; mas se o homem se torna
apenas um homem agradável, um pastor bondoso, excelente para receber-se em
casa, alguém que toma uma xícara de chá com você, é trágico. Que tragédia o
profeta acabar sendo tão-somente um homem amável e um pastor bondoso! Mais uma
vez estamos vendo que sempre devemos procurar evitar os extremos. No entanto,
não há nada que possa ser tão enervante como esse tipo de atmosfera fina e
respeitável, na qual ficamos temendo quase tudo, e, acima de tudo, ficamos
temendo a manifestação do poder do Espírito Santo. Por isso, começamos a
"extinguir o Espírito"!
É evidente que há aplicações intermináveis deste
tema. Ele constitui o fundo e base racional do ensino que se vê em 2 Coríntios,
capítulo 6, sobre "não nos prendermos a um jugo desigual com os
infiéis". Isso se aplica primariamente ao casamento. A razão pela qual o
cristão não deve casar-se com alguém incrédulo é que, fazendo isso, ele se põe
numa atmosfera nociva, que tende a minar a sua energia e vitalidade espiritual.
Isso é inevitável, como se vê no fato de que desse modo ele se associou e se
prendeu a alguém que não tem vida e entendimento espiritual. Ele, não o seu
cônjuge, é que sofrerá as conseqüências. Por conseguinte, somos exortados a não
nos sujeitarmos a um jugo desigual com os infiéis.
Fonte: http://www.martynlloyd-jones.com
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